domingo, 27 de setembro de 2009

Minha Opinião Sobre Kether

Características

Nome: Kether, que significa a Coroa.

Representação Ocultista Tradicional:
Um Rei barbudo, de idade avançada, com barbas brancas e visto de lado.

No livro Sepher Yetzirah, é descrita pelo seguinte texto:
“O Primeiro Caminho é chamado de o Admirável, ou de Inteligência Oculta, porque é a Luz que dá o poder de se compreender o Princípio Primeiro, o qual não possui um começo. E ela é a Glória Primordial, pois nenhum ser criado pode atingir a sua essência.”

Títulos dados a Kether:
Existência das Existências.
Oculto dos Ocultos.
Patriarca dos Patriarcas.
O Antigo dos Dias.
O Ponto Primordial.
O Centro do Círculo.
O Altíssimo.
O Grande Semblante.
Cabeça Branca.
A Cabeça que Não É.
Macroprosopos.
Amen.
Lux Occulta.
Lux Interna.
Ele.

Nome Divino: Eheieh

Arcanjo: Metatron

Coro Angélico: Chaioth ha Qadesh

Energia Mundana: Luz Primordial, Radiação de Fundo, Big Bang.

Experiência Espiritual: União com a Divindade.

Quando em equilíbrio, suas forças manifestam as seguintes Virtudes:
Realização.
Execução da Grande Obra.

Quando desequilibradas, suas forças manifestam os seguintes Vícios:
-

Correspondências no Ser Humano:
O Crânio.
A Centelha Divina.

Símbolos:
O Ponto.
A Coroa.
A Swastika.

Cartas do Tarot: Os Quatro Ases
a-) Ás de Paus
Fonte dos Poderes do Fogo.

b-) Ás de Copas
Fonte dos Poderes da Água.

c-) Ás de Espadas
Fonte dos Poderes do Ar.

d-) Ás de Ouros
Fonte dos Poderes da Terra.

Descrição

Kether foi a primeira coisa a se manifestar. Ela é a fronteira entre a manifestação e a Não Existência. Kether é a Unidade, pois tudo já existia em potencial nesse estado. Lembrem-se que cada sephirat é um Estado de Manifestação, e não um lugar. No estado de Kether ainda não existe tempo ou espaço, mas já existe a Alma de tudo que já se manifestou, está se manifestando e irá se manifestar no futuro. Em Kether não existe dualidade, pois tudo é Unidade. Dessa forma, também não existe atividade. É um estado de existência impossível para nós compreendermos completamente, pois está apenas a um passo da Não Existência. É um estado onde as coisas simplesmente “São”, e mais nada. Kether não é nem Luz e nem Escuridão, pois ambas ainda são uma única coisa em Kether, onde tudo é Unidade e onde não existe Dualidade. É a essência, sem forma ou movimento, sem atividade alguma, pois não há como ter atividade se tudo é Unidade. É o ponto mais alto onde a nossa mente abstrata pode alcançar. Kether é a primeira coisa que podemos conceber como diferente da Não Existência. Por isso, em relação ao ser humano, Kether é a Centelha Divina, ou seja, é a nossa Alma.
É representada como um rei em perfil, pois somente uma de suas faces é visível para nós, sendo a outra face eternamente oculta. É assim, pois Kether é a manifestação do que está por detrás dos Véus da Existência Negativa e, portanto, é a interface entre o Incriado e a Criação. Em Kether é onde ocorre a transformação daquilo que vem da Existência Negativa em algo que existe. Dessa forma, a parte de Kether voltada para os Véus da Não Existência é impossível de vermos. Só temos acesso à face que está voltada para o mundo manifesto, que é até onde podemos chegar.
É considerado um Rei, pois tudo foi gerado a partir de Kether, conforme as suas determinações. O Universo é de acordo com o que está escrito em Kether, que é a Fonte Unitária de tudo o que existe. As coisas só existem porque assim foi determinado nessa sephirat. Convém aqui salientar que o Universo não é a manifestação de Kether, e sim é uma consequência do que foi feito nesta sephirat. Por isso que ela também está representada pela coroa, pois embora seja a base da manifestação, não está contida nela, pois está acima e além dela.
Em Kether existem infinitas manifestações em potencial. Nesse estado não apenas existe o nosso Universo em potencial, mas também existem infinitas outras possibilidades de Universos que não estão se manifestando. Passado, presente e futuro, com todas as suas infinitas possibilidades de ação, existem simultaneamente. Por isso Kether é a Unidade. É o rei, pois é em Kether onde é determinado quais desses Universos e possibilidades irão se manifestar.
Dessa forma, somente uma parte da energia de Kether se manifesta, decorrente das atividades que nela ocorrem, atividades essas que não temos condições de entender, pois nessa sephirat não existe atividade tal qual a concebemos, pois as coisas simplesmente “São”. É a essência de tudo. Tudo o que existe é uma parte de Kether que se manifesta, mas não é Kether, pois essa sephirat também é muito mais do que tudo o que existe. Dessa forma, ela é imanente e transcendente.
De todos os mitos, Kether é o que dá origem ao Universo. Na mitologia cristã, corresponde ao Deus Cristão. Na mitologia nórdica, corresponde ao Gnnugagap, que é o Abismo Primordial de onde tudo surgiu. Na mitologia grega, corresponde ao Deus Caos, que deu origem a Criação. Na mitologia egípcia, corresponde ao Deus Nun, um Deus hermafrodita de onde surgiu o Deus Rá. Na mitologia da Suméria, corresponde à Deusa Nammu, o Oceano Primordial que deu início à Criação. Enfim, Kether corresponde às Divindades Primordiais que originaram o Cosmos, que existiam antes de qualquer outra coisa e que, de uma forma ou de outra, originaram os demais Deuses e tudo o que existe no Cosmos. Enfim, Kether é o ponto inicial.
No ser humano Kether representa a Centelha Divina, ou seja, a nossa alma. Dessa forma, a nossa alma é quem deu origem à nossa existência na Terra, ela é a nossa essência, mas não está contida em nosso corpo. Nós somos a manifestação de apenas uma parte dela, e não de sua totalidade. Nós somos apenas uma das infinitas possibilidades de manifestação de nossa alma e, portanto, apenas uma parte de sua energia infunde o nosso corpo. Assim como nossa alma infunde o nosso corpo, ela ao mesmo tempo nos transcende, pois todas as nossa personalidades de nossas vidas passadas, nossa personalidade atual e todas as nossas personalidades de nossas vidas futuras, com suas infinitas possibilidades, coexistem em nossa Centelha Divina, pois para a alma não há tempo ou espaço. Nós somos apenas uma das infinitas possibilidades de manifestação de nossa alma.
E para finalizar, a sensação de quem consegue se harmonizar com a energia de Kether é um sentimento de eternidade e imortalidade.
Antes de terminar esse texto, vale ressaltar que essas informações não são apenas baseadas em textos e livros que eu li, mas também são baseadas em conclusões às quais eu mesmo cheguei decorrentes de experiências pessoais, práticas de meditação e harmonização, além de muita reflexão aliada às minhas crenças pessoais.
Dessa forma não pretendo que considerem esses textos como algo dogmático e fechado. Ao contrário, a minha intenção é simplesmente compartilhar com vocês as minhas conclusões decorrentes de minha experiência, ao invés de guardá-las para mim mesmo. O objetivo é fazer com que essas informações sejam o ponto de partida para que cada um siga o seu próprio caminho e tire as suas próprias conclusões baseadas em suas próprias crenças e experiências. Afinal de contas, a verdade só passa a ser Verdade quando é sentida e vivenciada pelo coração.

Bibliografia:

1-) The Mystical Qabalah
Autora: Dion Fortune

2-) A Cabala Das Feiticeiras
Autora: Ellen Cannon Reed

Um comentário:

  1. Frater, Ir.'.
    Recebi e-mail do Grupo Druidismo Brasil com seu convite para vir visitar seu Blog.
    Gostei muito dele. Vai esclarecer a muitos...
    Li também a bibliografia e gostaria de sugerir um livro que uso: "A CABALA -Tradição Secreta do Ocidente" - PAPUS - ed.Pensamento. Escrito para inspirar os Martinista.
    PP. e TFA

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