Características
Nome: Chokmah, que significa Sabedoria.
Representação Ocultista Tradicional:
Um homem de barbas.
No livro Sepher Yetzirah, é descrita pelo seguinte texto:
“O Segundo Caminho é chamado de a Inteligência Iluminadora. É a Coroa da Criação, o Esplendor da Unidade, igualando-a. É exaltada acima de tudo, e é chamada pelos Cabalistas de a Segunda Glória”
Títulos dados a Chokmah:
Poder de Yetzirah.
Ah.
Abba.
O Pai Celestial.
Tetragramaton.
Yod do Tetragramaton.
Nome Divino: Jehovah
Arcanjo: Ratziel
Coro Angélico: Auphanim
Energia Mundana: O Zodíaco.
Experiência Espiritual: A visão da Divindade face a face.
Quando em equilíbrio, suas forças manifestam as seguintes Virtudes:
Devoção.
Quando desequilibradas, suas forças manifestam os seguintes Vícios: -
Correspondências no Ser Humano:
A Face esquerda do rosto.
Símbolos:
O Lingam.
O Falo.
O Yod do Tetragramaton.
A Túnica Interior de Glória.
A Pedra de Base.
A Torre.
O Bastão de Poder.
A Linha Reta.
Cartas do Tarot: Os Quatro Dois
a-) Dois de Paus
Domínio.
b-) Dois de Copas
Amor.
c-) Dois de Espadas
Paz Restaurada.
d-) Dois de Ouros
Mudanças Harmônicas.
Descrição
Chokmah é a segunda sephirat. É um estado de existência que passou a existir logo após Kether, a primeira sephirat.
Em Kether nós temos a Unidade Primordial. Nela não há movimento, tudo é estático, pois lá as coisas simplesmente são. Para que o Cosmos pudesse se manifestar da forma que conhecemos, a Unidade Primordial teve que se dividir, pois o Um não pode interagir com nada, pois não havia nada além do Um. Dessa forma Kether deu origem a um par de opostos, surgindo assim a Dualidade. Havendo um par de opostos, tais opostos podiam interagir um com o outro, surgindo a ação e a manifestação de tudo o que conhecemos, pois tudo no Cosmos é o resultado da interação entre forças antagônicas e complementares.
Surgiram assim Chokmah, a segunda sephirat, de onde emanou Binah, a terceira sephirat, formando essas duas o par de opostos original, o qual originou todo o Universo. Apesar de serem antagônicas, ambas possuem a mesma essência, pois Binah e Chokmah representam os polos opostos da mesma essência emanada por Kether, onde ambas existiam sem dualidade.
Porém, ambas não surgiram simultaneamente. Se algo está em equilíbrio, esse estado não irá mudar nunca, permanecendo estático. Para que esse sistema em equilíbrio se modifique e evolua, é necessário causar um desequilíbrio inicial entre suas partes constitutivas. Dessa forma, com suas forças desequilibradas, esse estado inicial se modifica, suas partes se movimentam e se rearranjam, até atingirem uma nova configuração que irá restabelecer o equilíbrio entre todas as forças que o constituem. Mas nesse novo estado de equilíbrio o sistema não mais será como o sistema original. Será um novo sistema, um outro sistema, diferente do sistema original. E assim foi com o Cosmos.
De Kether emanou Chokmah, a Força em Expansão. Chokmah é Força desprovida de forma, é pura energia expansiva sem nada para contê-la. Chokmah foi o impulso inicial na formação cósmica, foi o “Fiat Lux” que tirou o Universo do equilíbrio estático original caracterizado por Kether. Chokmah representa a Vontade Divina querendo se manifestar. Se Kether pode ser representada pelo ponto, Chokmah pode ser representado pela linha reta, que é o ponto expandindo-se ao infinito, sem nada para contê-lo.
Porém no estado de Chokmah, sozinho, nada pode se manifestar, pois apesar da segunda sephirat representar a Dualidade, ela sozinha representa Força em desequilíbrio, que é justamente o que causa o impulso inicial propulsor das mudanças.
Esse estado de desequilíbrio só parou quando de Chokmah foi emanada Binah, a terceira sephirat, o oposto de Chokmah, a forma que iria conter a Expansão Infinita de Chokmah e trazer o equilíbrio novamente ao Cosmos que estava para se manifestar na forma que conhecemos.
Chokmah representa o princípio dinâmico do Universo, sendo o precursor de todas as mudanças. Na Árvore da Vida encabeça a Coluna da Direita, representando a polaridade positiva, ou masculina, de todas as Forças existentes no Cosmos. Porém Chokmah sozinha não tem como se manifestar, pois ela é Pura Atividade e Força elevadas ao Infinito, completamente sem forma, sendo que dessa maneira não há como se construir nada, pois mal uma formação começa a surgir ela já se desfez, pois é isso que Chokmah representa. É uma eterna mudança sempre em atividade. A manifestação só foi possível com a emanação de Binah, o oposto de Chokmah, que representa o princípio Negativo, ou Feminino, do Cosmos. E Expansão Infinita de Chokmah fecunda a Cosntrição Infinita de Binah. A forma inerte de Binah é vivificada pela Energia sem forma de Chokmah, o que faz com que o Universo se manifeste. Assim sendo, da mesma forma que Kether, Chokmah é responsável pela criação e existência do Cosmos, mas não está contida no mesmo, pois representa o Princípio Positivo e Fecundante ao Infinito, e portanto é transcendente. É o conceito mais puro e abstrato de força sem forma que nós podemos ter.
Chokmah é quem fecunda, é ativo, representa atividade, representa o ato de fecundar, representa o Pai Divino. É o pênis ereto adorado pelas bacantes, é o vinho que preenche o cálice sagrado, é o Musphell da mitologia nórdica, o fogo eterno e sempre em expansão que originou o Cosmos.
Chokmah também representa o princípio divino e espiritual que se infunde em toda a matéria, vivificando-a. Da mesma forma que Chokmah não pode se manifestar sem ser contido por Binah, a nossa alma não pode se manifestar sem ser contida por um corpo. E da mesma forma que Binah é inerte sem ser fecundada por Chokmah, o mundo material não existiria se não fosse infundido pela energia e força do mundo espiritual.
A segunda sephirat também representa a luz de nossa Centelha Divina, que nos inspira e orienta. Chokmah também representa a Inspiração Divina, a Luz Divina que nos insita à ação.
Chokmah é a Luz Divina pura, impossível de ser contatada diretamente por um mortal comum, pois se isso acontecesse a sua energia infinita nos desintegraria. Isso é ilustrado pela mitologia greco-romana, quando Semele, uma mulher mortal, tem um caso com o Deus Zeus que a engravida. A Deusa Hera, esposa de Zeus, fica com ciúmes de Semele e a convence de que ela deveria ver Zeus em sua forma original e divina. Dessa forma, quando Semele vislumbra Zeus em sua forma original, a Luz é tão grande que Semele é imediatamente fulminada e queimada pelo fogo divino emanado do Deus. Zeus não consegue salvar a amante, mas consegue salvar o seu filho, o Deus Dionísio, que estava ainda no ventre de Semele. Esse mesmo fato também é ilustrado pela mitologia judaico-cristã, quando Jehovah disse a Moisés: “Não podes olhar a minha face diretamente e sobreviver”.
Isso significa que a Luz Divina é tão forte e intensa, e nós somos tão frágeis e limitados, que em nosso estágio atual de evolução essa Luz tem que nos chegar através de intermediários, ou seja, ela tem que ser convertida e traduzida de uma forma que nós possamos suportar e entender. Esse intermediário seria representado pelo Filho, que na Cabala é a sephirat Tipharet, a sexta sephirat. Na mitologia greco-romana e nos Mistérios Órficos esse intermediário é representado pelo Deus Dionísio, filho de Zeus e responsável por proporcionar a Iluminação aos seus adoradores através do êxtase divino. E na mitologia cristã esse intermediário é representado pelo Cristo, filho de Jehovah.
Em relação à magia, sempre que operamos com forças dinâmicas estamos lidando com o Pilar da Direita, que por sua vez obtém a sua energia de Chokmah.
Em nosso dia a dia, sempre que somos estimulados e inspirados, estamos sofrendo a ação de Chokmah, ou seja, o que nos inspira e estimula está agindo sobre nós com a energia de Chokmah. Por outro lado, sempre que somos pró-ativos, agimos com liderança ou estimulamos alguém, nós estamos manifestando Chokmah através de nossas ações.
Bibliografia:
1-) The Mystical Qabalah
Autora: Dion Fortune
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