quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Sonhos e Batalhas Astrais

 

Já andei lendo sobre os xamãs do passado (não sei se os de hoje em dia fazem isso), os quais entravam em transe para realizarem, fora do corpo, batalhas no astral, a fim de protegerem sua tribo. Sempre achei isso completamente extraordinário e fora de minha realidade, até agora, que andei divagando sobre algumas experiências recentes que me aconteceram e que eu simplesmente não relacionei com essas batalhas astrais, que em minha imaginação adquiriam ares hollywoodianos!

O fato é que pode acontecer com qualquer um e pode ser algo tão simples que nos passa desapercebido. Basta dormir e sonhar! A diferença é que, nesse caso, a coisa toda ocorre de forma espontânea, sem estarmos esperando, mas o fenômeno em si considero que pode ser o mesmo! Se tu voas sem querer ou querendo tanto faz, o ato de voar é o mesmo!

Isso ocorreu na época em que estava envolvido com a quimbanda, antes de minha operação, conforme descrevi no Post: “Biografia Mística: Do Rosacrucianismo ao Odinismo e Vampirismo”.

Nessa época já tinha estudado os ensinamentos de uma Ordem Vampírica e já tinha formado meu corpo vampírico, o qual regularmente energizava. Também já estava acostumado a dormir pensando nesse corpo e, já várias vezes tinha ocorrido, de que em sonhos nos quais eu estava correndo perigo, eu percebia que estava sonhando e assumia o meu corpo vampírico, tomando o controle do sonho!

Tudo ocorreu numa semana. O fato é que nessa respectiva semana tive 3 sonhos relacionados.

Numa noite sonhei que me deram um monte de notas fiscais e eu, analisando as mesmas, dizia que tudo isso não podia ser colocado na conta de Exu e Pomba Gira, que tinha que separar as coisas pois Exu e Pomba Gira não tinham nada a ver com isso.

Na noite seguinte tive 2 sonhos seguidos.

No primeiro deles eu estava numa tumba e um morto se levantou. Algo me dizia que ele era um "falso santo". Esse falso santo veio me atacar, mas nisso surge um "verdadeiro santo" ao meu lado e a luz desse verdadeiro santo queima o falso santo, que se transforma em cinzas.

Na mesma noite, em seguida, tive um sonho em que uma entidade das trevas surge de um cano de água aberto, que estava vazando, e em seguida veio me atacar. Nisso eu tomo consciência que estava sonhando e me transformo num vampiro, assumindo o meu corpo vampírico, domino essa entidade e bebo todo o sangue dela. Em seguida, eu corto a cabeça dela e espeto sua cabeça numa estaca.

Eu senti que isso era um indício de um ataque, o qual eu me defendi. Porém, eu tive um sentimento que esse ataque não era direcionado diretamente a mim, mas que esse ataque devia ser direcionado a minha Mãe de Santo, que de alguma forma respingou em mim.

Além disso, pelo primeiro sonho, achei que não era nenhum Exu ou Pomba Gira. Sobre o segundo sonho, achei que poderia ser um Egum. E sobre o terceiro, seja quem for eu me defendi por conta própria, assim que fiquei consciente durante o sonho e assumi o meu corpo vampírico para lutar com esse ser.

Contei os sonhos para a Mãe junto com a minha interpretação. Ela me disse que fazia todo sentido, pois ela descobriu que um desafeto dela fez trabalho contra ela.

Enfim, durante os sonhos podem se abrir portais para outros mundos, onde poderemos interagir com outros seres, conscientemente ou não. Um conselho: jamais subestime os seus sonhos!


A Cruz Adulrunica

 

Estou fazendo o curso “O Rugido das Runas” (https://sun.eduzz.com/1314531), ministrado pelo Lord A da RedeVamp (https://redevampyrica.com).

Nele estou aprendendo sobre as adulrunas, que são em número de quinze. Tais adulrunas formam uma estrutura chamada de Cruz Adulrunica, conforme mostra a figura abaixo:


No eixo vertical da cruz, de baixo para cima, estão as 7 adulrunas: Byrghal, Sun, Idher, Man, Haghal, Kon e Tors.

No eixo horizontal, da esquerda para a direita, estão as 9 adulrunas: Tidher, Redh, Odhin, Nadh, Haghal, Ar, Frey, Ur e Lagher.

Como podem notar, a adulruna Haghal é o cruzamento entre os braços horizontal e vertical.

Uma das interpretações da Cruz Adulrúnica é que ela representa a ascensão da alma rumo ao divino.  Comecei então a divagar a respeito disso até chegar a uma interpretação pessoal referente a como as adulrunas da cruz indicam esse caminho.

O braço vertical indica os sete degraus que devem ser subidos a fim de proporcionar a ascensão do ser humano do mortal ao divino.

Na base está o estágio atual da grande maioria de humanos na Terra: Byrghal. Representa o mundo material onde todos estão presos e regidos pelas leis das 4 dimensões do espaço-tempo (o tempo é considerado a quarta dimensão). Com a consciência limitada aos sentidos físicos, a grande maioria navega como cegos nesse grande mundo transitório de ilusões que é o plano terreno, onde nada é eterno.

O primeiro passo para começar a escalada rumo aos Deuses é a runa Sun. Ela é o Sol, a luz de nossa intuição que ilumina nossa consciência com coisas que vão um pouco além do espaço-tempo. É a voz de nosso Eu Interior nos dizendo que existe um mundo espiritual que é a base de tudo. Seguir essa voz interior e fortalecer a comunicação com a mesma é o primeiro passo para a decolagem.

Em seguida temos que aprender a entrar em contato e assimilar o conhecimento que os Deuses nos transmitem. Para isso temos que aprender a ouvir. É o que a runa Idher me indica. Ela é o gelo, ou seja, a completa imobilidade e passividade. Somente na quietude de pensamentos, esvaziando a mente por completo é que podemos nos tornar, tal qual a runa, um receptáculo para que possamos receber e ouvir as mensagens divinas.

Tais mensagens divinas estão ao nosso redor, como ondas de TV, mas nós somos TVs desligadas, indiferentes a todas essas informações, como se não existissem. Em Sun ligamos a TV, mas não está sintonizada em canal algum. Percebemos que essas ondas existem, mas não compreendemos direito pois é só estática que captamos. Idher nos ensina a sintonizar a TV e, quando finalmente aprendemos e conseguimos fazê-lo, subimos mais um degrau: Man.

Nessa runa estamos com a TV sintonizada e captamos os programas que nos são transmitidos. Temos então ciência de toda essa informação que passamos a assimilar. É a união entre o mundo espiritual e material. Passamos então para a próxima runa, Haghal, a runa do iniciado. É quando então passamos a praticar esse conhecimento divino, seguindo seus ditames, manifestando a vontade dos Deuses em nossa vida. Manifestamos o brilho divino na Terra.

Com isso passamos por novas experiências e adquirimos mais sabedoria, até passar para a runa logo acima, Kon, onde atingimos a Consciência Cósmica, ou seja, a consciência do Todo. Nessa fase acredito que não mais estejamos encarnados, pois tal nível de consciência vai muito além do espaço-tempo e um corpo material a limitaria. Creio que somente os grandes Avatares encarnam depois de atingirem esse estágio e, mesmo assim, uma única vez a fim de realizarem alguma missão muito especial.

Uma vez passado pelas experiências desse nível de evolução, estaremos aptos a ir para a runa Tors, onde nos tornaremos Deuses junto com os demais Deuses, vivendo no mundo Divino, participando ativamente na evolução do próprio Cosmos.

Essa é minha interpretação do eixo vertical, mas também temos um eixo horizontal, na altura da runa Haghal. Para mim, enquanto o eixo vertical indica os degraus para a ascensão, o eixo horizontal nos esclarece como ocorrem nossas experiências no plano terreno a fim de que possamos adquirir sabedoria suficiente para subir os degraus da evolução. O eixo horizontal nos indica que o espaço-tempo é o mundo da dualidade, pois ele é formado por uma runa central, Haghal, que também pertence ao eixo vertical. Tal runa central, que representa o eixo vertical, está cercada por 4 pares de runas, sendo que cada par tem uma runa a esquerda e outra a direita de Haghal. Além disso, as runas que formam cada par possuem qualidades opostas.

Isso significa que enquanto encarnados estaremos sempre divididos pela dualidade e seremos jogados de um lado para o outro até aprendermos a manter o equilíbrio, até aprendermos gradativamente a conciliar os opostos. Ao conciliar os opostos algo novo surge, uma nova condição se manifesta decorrente dessa união, algo que nos impulsiona para cima, da mesma forma que o vento que se opõe ao avanço do avião, ao se unir com o mesmo passando pelas suas asas, gera uma terceira condição que se manifesta através de uma força de ascensão, a qual impulsiona o avião para cima.

O mundo da dualidade é o plano material. A partir do momento em que conseguimos nos libertar da dualidade, não mais encarnamos, pois nossa compreensão estará além do espaço-tempo. Por isso que considero que aqueles que alcançaram a Consciência Cósmica não mais encarnam, pois a runa Kon, que representa esse estágio, está acima do eixo horizontal. 

As duas primeiras runas complementares do eixo horizontal, que estão logo ao lado de Haghal, são Nadh, a restrição, e Ar, a glória e a honra. Isso nos mostra que a vida é feita de obstáculos os quais temos que superar para evoluirmos. A runa Ar nos indica que não precisamos nos desesperar, pois nenhum obstáculo e nenhuma restrição são permanentes, se agirmos com honra. Tão logo superamos o obstáculo, experimentamos a glória e mais uma lição foi aprendida. Mas logo outros obstáculos para superarmos irão surgir, a fim de que aprendamos novas lições e, dessa forma, darmos mais um passo no caminho da evolução.

As próximas runas são Odhin, que é a alma, a mente, a inspiração, e a runa Frey, que é a prosperidade, a matéria, a sexualidade. Isso nos indica que somos corpo e alma e, portanto, temos que dar atenção aos dois. Temos que, através da mente, nos desenvolvermos espiritualmente, mas ao mesmo tempo, temos que cuidar do corpo e desfrutarmos dos prazeres terrenos. Temos que desfrutar do êxtase espiritual e, ao mesmo tempo, dos prazeres da carne, pois somos seres duais, se esquecermos um dos dois, estaremos incompletos enquanto no mundo do espaço-tempo.

As próximas runas são Redh, a viagem, o caminhar, o movimento, e Ur, a estabilidade. Isso significa que temos que nos pôr em movimento, trabalhando para realizarmos nossos intentos. Mas não podemos estar o tempo todo trabalhando. Ao atingirmos nosso intento temos que parar para descansar, desfrutando daquilo que já conquistamos. Uma vez passado essa fase, temos que nos por novamente em movimento, sair de nossa zona de conforto, caso contrário iremos ficar estagnados. Não podemos ser viciados em trabalho, da mesma forma que não podemos apenas ficar desfrutando a vida. A evolução não se dá apenas na horizontal, no descanso, mas também não se dá na vertical, o movimento puro. A evolução é uma espiral ascendente, é a união do vertical com o horizontal.

E finalmente temos as runas Tidher, que indica que tudo tem seu tempo para acontecer, e a runa Lagher, da água, do subconsciente, onde tudo já existe em potencial. Isso nos indica que temos que planejar o que queremos, pois ao planejarmos já criamos o que queremos em potencial. Tudo o que existe existiu antes em pensamento, pois nada pode se manifestar que não tenha antes existido no mundo mental como um potencial a se manifestar. Os sonhos são importantes, pois eles plantam as sementes do que poderá germinar no futuro. Mas não basta sonhar ou apenas planejar. Temos que nos colocar em movimento, trabalhando para realizar aquilo que está feito no plano mental e, no momento certo, o que planejamos irá se manifestar como algo concreto nesse mundo.

 

 

 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Biografia Mística: Do Rosacrucianismo ao Odinismo e Vampirismo

 Sobre a minha vida profana, nasci em outubro de 1969, sou casado e não tenho filhos. Sou formado em Engenharia de Eletricidade com ênfase em telecomunicações pela Escola Politécnica da USP. Trabalho na área de TI como programador, desenvolvendo software. Sou paulista e, por volta de 1995, a empresa em que trabalhava foi contratada para desenvolver um sistema aqui em Porto Alegre. Dessa forma, vim para cá e fiquei uns 2 anos aqui. Nesse período conheci a minha esposa e quando terminou o projeto, na hora de voltar para São Paulo, eu disse que não ia voltar e fiquei aqui em Porto Alegre, onde estou até hoje em dia.

Sobre a minha vida mística, fui estudante rosacruz, da AMORC, por cerca de 22 anos. Comecei aos 15 anos de idade, entrando para a Ordem Juvenil da AMORC, pois meu pai era rosacruz. Aos 18 anos passei para o primeiro grau da AMORC e continuei os estudos, completando todos os graus da ordem. Como a técnica de ensino da AMORC permite, estudei e pratiquei de forma solitária. De vez em quando, por determinados períodos, frequentava os rituais realizados nas Lojas da AMORC, mas o meu foco principal eram os estudos e práticas individuais, em casa. Realizava diariamente a comunhão com o Sanctum Celestial, com os Mestres Cósmicos e com energias planetárias, dentre outras coisas. Nessas comunhões, tentando explicar em palavras o que dá apenas para ser vivenciado, eu “sentia o infinito”!

Foi por volta de 2000/2001 que eu, navegando pela internet a esmo, achei algo sobre a Wicca. A princípio achei que era um RPG ou algo do tipo, mas lendo mais a respeito percebi que o assunto era sério e que existia uma religião chamada Bruxaria Moderna. Continuei lendo sobre Bruxaria e Magia e fiquei realmente abismado que, em pleno século 21, ainda existiam pessoas que praticavam Bruxaria e Magia, coisas que achava que tinham terminado na Idade Média.

Me interessei pelo assunto e passei a estudar sobre Magia, Bruxaria e Paganismo, comprando vários livros, lendo vários sites na internet e pertencendo a várias listas de discussão do Yahoo. Conforme eu ia estudando, passei a perceber que existia uma certa relação entre as práticas de Bruxaria e Magia com as técnicas rosacruzes que eu praticava.

Foi durante uma de minhas comunhões com o Sanctum Celestial que eu tive o pensamento de adaptar as técnicas rosacruzes para tentar entrar em comunhão com os Deuses Pagãos. Afinal de contas, se tais técnicas permitiam entram em comunhão com Mestres Cósmicos, poderia muito bem servir para entrar em comunhão com os Deuses!

Dessa forma passei a cultuar os Deuses Greco-Romanos e Egípcios. A minha ideia deu certo, pois durante minhas comunhões diárias passei a comungar com eles. A coisa ocorreu aos poucos, não foi de uma hora para a outra. A princípio eu sentia uma Luz, depois eu passei a sentir, vagamente, personalidades dentro dessa Luz. Com o tempo eu passei a sentir personalidades emanando Luz.

Também passei a realizar os rituais da Lua Cheia, Lua Nova e os 8 Sabbats. Esses rituais eu realizo traçando o círculo, fazendo as invocações, fazendo as oferendas e tudo o mais que o ritual exige. Mas o ponto central do ritual é a minha comunhão com os Deuses invocados, realizando as técnicas que aprendi como rosacruz.

Durante esse período eu pertenci por três anos a Tradicional Ordem Martinista, também pertenci por uns 3 anos ao Colégio Druídico do Brasil, assim como também frequentava os eventos da Abrawicca aqui de Porto Alegre.

Eu também frequentava algumas listas de discussão sobre o paganismo nórdico, e numa dessas listas o owner da lista propôs alguns exercícios para se entrar em comunhão com as Disir. As Disir são entidades femininas que acompanham o ser humano durante toda a sua vida. Estão com a pessoa desde a hora do parto até a hora da morte, quando acompanham o desencarnado até o seu destino após a morte.

A princípio eu não me interessei em fazer, porém algo inusitado ocorreu. Eu tenho a imagem de uma Deusa que uso em meu altar. Eu apenas a chamo de Deusa. E numa de minhas comunhões com os Deuses Greco-Romanos, quando eu termino a comunhão e abro os olhos, vejo a imagem dessa Deusa e, por incrível que pareça, eu a sinto falar comigo, em minha mente, e Ela me disse: “Realize o ritual nórdico”!

Resolvi, dessa forma, passar a realizar esses exercícios durante as sextas-feiras de noite, onde eu comecei a entrar em comunhão com as Disir. E conforme o tempo foi passando, durante as comunhões com os Deuses Greco-Romanos eu passei a sentir a presença das Disir comigo no ritual, mesmo sem eu tê-las chamado!

Devido a isso passei a estudar mais sobre os Deuses Nórdicos e, de vez em quando, também realizava alguns rituais com os mesmos, mas estava na dúvida se devia de fato cultuá-los. Até que numa noite eu sonhei que estava num bar bebendo cerveja junto com os Deuses Nórdicos. Estávamos nos divertindo, quando ouço uma voz que me disse: “Não importas o quão longe vás, tu sempre serás do Clã. Não importa quanto tempo passe e o quanto se afaste, tu sempre acabarás voltando ao Clã, pois os laços com o Clã são eternos”!

Quando acordei resolvi parar de cultuar os Deuses Greco-Romanos e Egípcios e, em seu lugar, comecei a cultuar os Deuses Nórdicos. Durante minhas comunhões diárias passei a comungar com eles. Adaptei os rituais da Lua Cheia, Lua Nova e 8 Sabbats de forma a seguirem as práticas do Paganismo Nórdico, e passei cultuá-los e a entrar em comunhão com os mesmos também nesses rituais.

Conforme passei a cultuar os Deuses Nórdicos minhas comunhões passaram a ser mais fortes e claras. Eu sinto a presença deles, sinto o poder deles, os vejo em minha mente, pensamentos surgem em minha mente, muitas vezes me dando a solução de problemas. Além de ver imagens, eu também balbucio palavras e meus músculos se contraem de forma involuntária, realizando movimentos com os braços como se fosse outra entidade a movimentá-los ao invés de mim!

Depois que passei a cultuar os Deuses Nórdicos eu também pertenci por um ano à ordem Aurum Solis e depois disso pertenci por 6 meses à ordem Goldem Down. Durante o período em que estava na Goldem Down, durante o ritual do pilar do Meio que realizava em casa, ao término do mesmo eu ficava receptivo e passei a sentir a presença de Odin! A presença de Odin ao término desse ritual era mais um indício que estava cultuando os Deuses certos para mim!

Apesar de ser pagão e cultuar os Deuses Nórdicos, eu ainda era rosacruz e ainda mantinha algumas coisas do cristianismo. Como exemplo, meu templo astral ainda era o Sanctum Celestial da AMORC que era baseado na Catedral da Alma rosacruz, ou seja, era uma catedral ao estilo cristão. Até que um dia, durante uma comunhão com os Deuses Nórdicos, eu tive uma visão. Me vi andando num trilho de trem da largura de meus ombros, com um pé em cada lateral do trilho. Esse trilho foi se alargando e como eu insistia em andar com um pé em cada lateral do mesmo, eu tive que ir abrindo as minhas pernas. Nisso ouço uma voz que diz que chegou o momento em que eu teria que escolher um lado, pois se tentasse me manter nos dois lados eu iria acabar me rachando. Quando acabou a comunhão compreendi que teria que abandonar as minhas práticas cristãs. Sai da AMORC, pois tem uma forte ligação com o cristianismo, e reformulei o meu templo astral para torná-lo completamente pagão.

Durante essa época pertencia a lista de discussão da Aliança da Águia Visigoda. Eu escrevi um texto que tentava relacionar as Sephirot da Cabala com o Paganismo Nórdico, e mandei para essa lista. O owner da lista me disse, então, que aqui no Brasil existia uma pessoa que estava envolvido com uma ordem de magia thelemica formada por Odinistas. Era a OTOM (Ordo Templi Orientis Mundi), que agora está “adormecida”.

Entrei para a OTOM e completei todos os seus graus de estudo. Foi nela que aprendi Magia Enochiana e Goetia. Achei interessante pois a técnica deles usa da Magia Enochiana para invocar um Demônio Goetico. Descrevendo por alto, traça-se o círculo enochiano, traça-se um outro círculo onde se invoca Odin e outras Entidades, passa a se invocar os arcanjos e anjos enochianos para, no fim, invocar o Demônio Goético através de um sigilo.

Existe a Goétia Salomônica, que diz que o Rei Salomão escravizou e utilizou os Demônios Goéticos para ajudá-lo a erguer o Templo de Salomão. Essa técnica encara os daemons como escravos, ameaçando-os para que executem o que o mago deseja. Por outro lado, existe a Goétia Satânica, que encara os daemons como aliados e, ao invés de ameaça-los, entra em acordo com eles. A goétia praticada por mim é do estilo da Goétia Satânica, pois trato os daemons com respeito, pois considero que os mesmos são Deuses Antigos que foram demonizados pelos monoteístas.  

Invoquei e entrei em comunhão com os 72 Demônios Goéticos, demorando 2 anos para isso. Até hoje costumo invoca-los regularmente, para manter os laços.

Antes de cultuar os Deuses Nórdicos eu andei frequentando alguns rituais de Umbanda e de Candomblé, mas não me interessei.

Antes de continuar, gostaria de dar uma explicação básica sobre as ditas religiões afro. Existe o Candomblé e a versão gaúcha do mesmo, o Batuque. Neles os Orixás são Deuses e Deusas. Não são espíritos, são os Deuses e Deusas africanos. Por exemplo, o Exú do Batuque e do Candomblé é um Deus africano.

Já a umbanda tem uma de suas origens no espiritismo Kardecista. Na umbanda não existem Deuses, existem Espíritos Desenvolvidos. Os Orixás da umbanda não são os Deuses africanos, eles são falanges de Espíritos de Luz. E assim como os Orixás existem outras falanges de espíritos, como os Preto Velhos, os Boiadeiros, os Exus e as Pomba-Giras.

Os Exus e as Ponba-Giras são chamados de Guardiães, pois eles são uma espécie de polícia militar do astral, forçando o cumprimento da Lei no astral. Todo o ser humano possui um casal de Exus, ou seja, um Exu e uma Pomba-Gira, que o acompanham por toda a vida a fim de protege-lo. A quimbanda é uma religião que cultua unicamente os Exus e as Pomba-Giras.

No final de 2019 e início de 2020 eu passei a sentir uma atração pelo tema das pomba-giras, principalmente Maria Padilha. Comecei a ler a respeito e comecei a procurar algum lugar que praticasse a Quimbanda. Encontrei, pela internet, uma Mãe de Santo que praticava Quimbanda e Batuque. Ela também incorporava Maria Padilha nos rituais de quimbanda. E o mais atrativo é que morava relativamente perto de casa.

Entrei em contato com ela e passei a frequentar os rituais de quimbanda, quando tinha, pois eram raros, levando alguns meses entre um e outro. Mesmo assim ela me assentou três casais de Exus e Pomba-Gira: Um casal da Encruzilhada, um casal das Almas e um casal de Ciganos.

Apesar disso, nunca parei de cultuar os Deuses Nórdicos. Meu objetivo não era trocar de religião, e sim acrescentar, sem misturar. Ou seja, continuava a entrar em comunhão e realizar os rituais ao Deuses Nórdicos em casa, como sempre fazia e continuo fazendo. Os meus laços com eles nunca enfraqueceram, eles apenas se tornaram e continuam se tornando mais fortes com o passar do tempo! E da mesma forma que também pratico magia Enochiana/Goetica, também poderia praticar outro tipo de magia, sem perder a conexão com os Deuses Nórdicos.

Com a Quimbanda deu tudo certo, mas em relação ao Batuque a coisa foi um pouco diferente!

No começo participei de um ritual de Batuque, como convidado, mas não fiquei até o fim. Ao término do ritual propriamente dito, eu não cheguei a ficar para a janta, pois tinha que ir embora. Dessa forma, como era apenas convidado, fui liberado.

Algum tempo depois tomei a decisão, junto com a Mãe, de que iria também entrar para o Batuque. Para isso, ela iria marcar uma hora com o Pai de Santo dela para que o mesmo confirmasse qual era o meu Orixá de Cabeça. Porém antes dela poder marcar morre um filho de santo dele, o que faz com que eles entrem em luto e cancelem tudo!

Alguns meses depois eu ia participar de um ritual a Oxum, mas desta vez me comprometi a participar ativamente, como filho de santo, a fim de começar a aprender sobre as práticas. Na semana do ritual morre outro filho de santo, eles entram em luto novamente e tudo é cancelado!

Comecei a chegar à conclusão que o Batuque não era pra mim, logo, resolvi ficar só com a Quimbanda.

Em setembro de 2021 eu fui fazer um exame de rotina numa clínica, pois tenho pressão alta. Era um eco do coração. O médico da clínica mal terminou a eco e me deu uma carta para que eu fosse no mesmo dia a uma emergência de um hospital pois ele suspeitava, o que foi confirmado no hospital, que eu estava com uma dissecção de aorta, ou seja, minha aorta estava se rompendo. No mesmo dia realizaram uma cirurgia de emergência. Foi uma cirurgia de peito aberto. Fiquei uns 7 dias na UTI, a minha recuperação foi boa, recebi alta e fui para casa.

Mesmo na UTI não deixei de entrar em comunhão com os Deuses Nórdicos. Como disse antes, a atividade central de meus rituais é mental, baseada em técnicas rosacruzes. Dessa forma, realizava a comunhão com os Deuses deitado na cama do hospital, sem ninguém perceber o que se passava!

Fui para casa, mas não deu 15 dias e comecei a ter febre todos os dias, no fim da tarde! Voltei para o hospital, fizeram um monte de exames e chegaram à conclusão de que eu estava com pericardite, ou seja, uma inflamação na membrana que reveste o coração.

Fiquei de 3 a 4 dias no hospital, me deram alta, fui para casa e passei a tomar anti-inflamatórios.

Fiquei de 15 a 20 dias tendo febre diariamente, sempre no fim da tarde, mas a febre não passava dos 38 e pouco. Agora tudo isso passou, mas na época fiquei um pouco angustiado com a situação. E foi nessa época que minha Mãe de Santo insistiu para que eu fosse fazer um ritual de Batuque para proteção. Eu fui e ela realizou o ritual. E depois do ritual eu tomei a decisão de que queria me iniciar no Batuque. Ela disse que precisava eu estar melhor da saúde para poder “ir ao chão”, como eles dizem. Então combinamos que dentro de um mês, no máximo 2, eu iria me iniciar no Batuque. Assim que melhorasse das febres iria marcar o ritual.

Porém, não se passaram nem 15 dias dessa decisão e o irmão da Mãe pega um câncer bem severo. Ela se desespera cuidando do irmão, se afastando da religião por vários meses para cuidar do irmão. Mediante isso, apesar de não estar mais com as febres, é óbvio que eu iria esperar ela resolver o problema do irmão dela para depois tratarmos da iniciação.

Depois de uns meses o irmão dela fica bem de saúde e, quando isso acontece, ela resolve abandonar a religião de vez e se tornar evangélica. Quando ela me disse que se tornou evangélica eu percebi que, de uma vez por todas, o Batuque não era para mim! No momento, nem sequer procurei outra Mãe ou Pai de Santo!

Algum tempo depois estava pensando em tentar me envolver novamente com a religião Afro, quando tive um sonho. No sonho eu estava num terreiro e, como sempre, achava que não ia incorporar. Senti algumas coisas estranhas, mas nada de incorporação. Resolvi dar uma volta pelo terreiro e, nisso, uma moça que estava incorporada jogou um prato em mim, errando, e gritou para eu ir embora. Nisso ela se transforma num zumbi. As pessoas começam a se incorporar e a se transformarem em zumbis e começam a vir para cima de mim para me agredir. Eu e outros como eu nos refugiamos numa espécie de altar e uma luz branca nos protegeu. Nisso nós estávamos do lado de fora, numa praia de noite, estávamos calmos e rindo bastante. Uma moça de nosso grupo, então, diz: “Mais uma festa que fomos expulsos!”.

Depois desse sonho eu percebi, que pelo menos por enquanto, eu não devia tentar me envolver novamente com o Batuque!

Atualmente também pertenço ao Círculo Strigoi, da Rede Vamp. Sobre o vampirismo, eu sempre me interessei e me identifiquei com a imagem do vampiro, desde criança. Sobre os filmes de vampiro, para mim nunca foram filmes de terror, pois eu sempre sonhava em ser o vampiro!  Quando assisti Entrevista com o Vampiro no cinema, depois do filme fiquei muito triste pois eu queria ser vampiro, mas sabia que nunca poderia ser pois isso não existia.

Acontece que, por volta de 2012, encontrei uma obra na internet, o Sanguinomicon, e me identifiquei bastante com muitas coisas. Comecei a praticar algumas técnicas do livro, me senti bem e faço isso até hoje. Foi por essa época que eu conheci a Rede Vamp e sabia que tinha estudos a respeito, mas como na época não existia nada on-line, eram encontros presenciais, não fui atrás pois moro em Porto Alegre e não daria para ficar indo pra São Paulo de tempos em tempos.

Uns 5 anos depois encontrei a ordem Artemis Mortis Lux. Estudei todas as monografias da ordem e adicionei as técnicas da mesma às minhas práticas. Uma de suas práticas é criar um corpo astral vampírico e, durante os sonhos, tentar assumir o controle. E depois dessa época, em várias ocasiões quando me sentia ameaçado durante um sonho ou pesadelo, durante o mesmo eu percebia que estava sonhando. Quando isso acontecia, eu propositadamente assumia a minha forma vampírica e passava a tomar conta da situação, usando os meus poderes conscientemente para afastar o perigo. Não é sempre que isso ocorre, mas ocorre de forma frequente e, geralmente quando acontece, os sonhos são marcantes!

Em 2022, durante uma de minhas comunhões, recebi a mensagem de que era importante eu entrar para uma Ordem Vampírica. Tentei entrar em contato com a Aset Ka, mas não obtive exito!

Acabei encontrando novamente a Rede Vamp que, agora, através do Círculo Strigoi, fornece material on-line. Apesar de não ser uma Ordem, me associei ao mesmo e estou praticando os seus ensinamentos.

E a jornada continua...