Marchosias

Sobre a gnose com a Entidade, faço um sigilo formado com o nome do daemon e o pedido e quando invoco o daemon fico repetindo esse sigilo, enquanto fico olhando o espelho negro, com o símbolo do referido daemon em cima do mesmo.

Fico repetindo até sentir a energia do daemon se infundir em meu corpo. Nesse momento fecho os olhos e fico receptivo, entrando em comunhão com ele. É nesse momento que a comunicação ocorre. Sinto o daemon em minha mente. Vejo imagens, enquanto pensamentos começam a florescer em meu cérebro.

Semana passada entrei em comunhão com Marchosias, e ela me apareceu como uma moça, uma adolescente. Apareceu rodeada de flores.

Minha Experiência com Goétia

Fiquei um tempo sem escrever e agora, inaugurando o meu retorno, vou falar um pouco sobre a Goétia, compartilhando um pouco da minha experiência que tive com os 72 Seres Goéticos que invoquei utilizando o método ensinado pela OTOM. Na realidade eu não vou relatar a experiência detalhada que tive com cada um Deles, pois não anotei tudo. Além do mais, foram muitos contatos, que ainda continuam a acontecer. Eu invoquei e me comuniquei com todos os 72 Seres Goéticos. Demorei um pouca mais de 2 anos para completar tal façanha e, completando-a, continuei a invocá-los regularmente. Não vou relatar em detalhes o Ritual que utilizei, pois o mesmo encontra-se bem explicado nos ensinamentos regulares da OTOM. O que posso dizer é que se utiliza de Magia Enochiana para poder invocar o daemon goético, de acordo com uma determinada tabela.

De acordo com essa técnica, o ano é dividido em decanatos, sendo que em cada decanato é o período propício para se invocar apenas 2 dos 72 Deuses Goéticos, um sendo o do dia e outro sendo o da noite. Dessa forma, se em cada decanato tu invocares 2 Deles (o do dia e o da noite), tu demoras apenas 1 ano para entrar em contato com todos. Se invocares apenas um Deles por decanato, demorarás 2 anos.

Cada decanato está associado a um planeta e a um signo astrológico. Cada signo, por sua vez, está associado a um determinado elemento, como por exemplo, fogo do fogo, fogo do ar, fogo da água, etc. Dessa forma, associa-se cada decanato com um determinado quadrante de uma das 4 torres Enochianas, como por exemplo, quadrante do fogo da torre do fogo, quadrante do fogo da torre do ar, quadrante do fogo da torre da água, etc.

Assim sendo, tendo essa tabela, após abrir o círculo usando o Ritual Enochiano, é entoada a chave enochiana referente a torre do elemento, invoca-se o rei enochiano dessa torre, entoa-se a chave enochiana referente ao respectivo quadrante dessa torre, invoca-se os 2 Senhores Enochianos que delimitam esse determinado quadrante, invoca-se os 2 anjos enochianos ( de invocação e comando) desse quadrante, invoca-se o anjo enochiano do referido elemento desse quadrante e, por fim, invoca-se o correspondente Deus Goético desse decanato, entoando um sigilo, sigilo esse formado pelo nome do daemon e um pedido ao mesmo.

Nesse momento eu costumo entrar em comunhão com o daemon, que é quando ocorre a comunicação e, depois disso, faço uma oferenda para ele, me despeço e realizo o ritual Enochiano para o fechamento do círculo.

Eu iniciei as minhas práticas com magia Enochiana em maio de 2011 para, somente em outubro de 2012, invocar o primeiro daemon Enochiano. E nesses anos todos de prática, cheguei a algumas conclusões interessantes sobre eles. Apesar da Goétia ter sido compilada no início do século XX, baseando-se em manuscritos medievais escritos por cristãos ligados, de certa forma, à igreja católica, isso não significa que os seres que ela invoca foram “criados” nessa época! Muito pelo contrário, são entidades antiquíssimas que, como sempre, esse pessoal da igreja chamou de demônios. Vários daemons, inclusive, foram cultuados como Deuses no passado. São Deuses e Deusas, muito antigos, cultuados nos primórdios da civilização, em regiões como Mesopotâmia, Egito e em outras civilizações pré-históricas que não temos conhecimento. Eles eram adorados pelo povo, até o advento do monoteísmo, principalmente, no caso Deles, do judaísmo, que simplesmente os tachou de demônios.

Até aí tudo bem. Mas ocorre que, com o passar do tempo, os povos acabaram por abandoná-los, chamando-os de demônios e desprezando-os. Isso fez com que eles se sentissem traídos pela Humanidade! Dessa forma, eles encaram o ser humano como um grande traidor, uma criatura vil que não merece confiança, fazendo com que eles tenham aversão e raiva do ser humano em geral, devido a essa traição.

Dessa forma, nos primeiros contatos sempre haverá uma certa resistência por parte deles. Pelo menos comigo foi assim. O meu conselho é não os tratar com arrogância, e sim tratá-los como Deuses, que é o que eles realmente são. Apesar da desconfiança inicial Deles, se tratá-los com o respeito que um Deus merece, com o tempo tudo se resolve!

Jamais pensei em ameaçá-los, conforme leio em alguns textos. Afinal de contas, é muito fácil para um Deus contrariado realizar o que tu pedes, mas fazendo tu pagares um preço tão alto que, no final das contas, sairás no prejuízo! Alguém já viu o filme de terror "Mestre dos Desejos”?

No começo eu senti a aversão deles, como se eles quisessem me convencer a "cair fora". Mas eu insisti, mostrando que a minha Vontade era forte e que, principalmente, eu não sou covarde, pois percebi que eles odeiam covardes. Afinal de contas, o nosso maior inimigo é o medo e a ignorância, pois eles envenenam a mente e nos levam a fazer besteira.

Com o passar do tempo percebi um efeito colateral que pode acontecer devido a essas invocações! Invocando-os faz com que entremos em sintonia com eles. Isso pode fazer com que nossos sentimentos negativos sejam intensificados, o que faz com que ajamos de forma impensada e errada, o que nos traz consequências ruins, o que intensificam ainda mais nossos sentimentos negativos, nos fazendo entrar num ciclo vicioso. Isso origina a tal "maré de azar", que nada mais é do que as consequências de nossos próprios atos impensados motivados por nossos próprios sentimentos negativos que, devido ao ritual, podem ser intensificados!

Ou seja, nada irá surgir em ti, que já não esteja dentro de ti !

Tendo descoberto esse detalhe, comecei a me policiar melhor, o que evitou problemas futuros!

Com o passar do tempo o receio foi se transformando em confiança e os efeitos negativos foram desaparecendo e, hoje em dia, realizo o ritual naturalmente!

Tudo isso é baseado em minha experiência pessoal e, portanto, em minhas comunhões com eles. E o meu conselho, caso queiram confirmar tudo isso, é que entrem, vocês mesmos, em comunhão com eles, invocando-os. Afinal de contas, nesse campo, nada substitui a experiência pessoal, pois o verdadeiro poder não está no ritual em si, e sim no mago que realiza o ritual!

Caso tenham interesse para saber sobre a História da Goétia, sugiro começarem a pesquisa vendo o vídeo:  

https://www.youtube.com/watch?v=7JN0DL4pyMo

E a pergunta que alguns poderiam fazer é: para que ficar invocando eles ?

E a resposta é: cada um sabe onde aperta o seu sapato, certo ? Cada pessoa tem suas motivações pessoais, não existe uma resposta correta que valha para todos, pois isso é muito individual!

No meu caso, em particular, eu simplesmente estou focado em comungar com eles, visando a minha evolução espiritual. Afinal de contas, existe todo um Universo além de nossas vidas mundanas, e ter contato com esse Universo nos modifica, nos dá uma visão diferente sobre tudo que nos rodeia em nosso dia a dia. O único cuidado é para não “extrapolar”, pois o equilíbrio deve ser mantido, sempre!